O que o podcasting precisa de verdade…


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Muitos envolvidos na criação e na audição de podcast, de uma maneira bem geral, consideram que todo este amalucado processo precisa se tornar bem mais simples. Esse negócio de rss, feed, xml, agregador, juice, itunes, mp3, mp4, aac, etc. é tudo muito complicado.
Primeiro de tudo, precisamos tornar mais fácil a compreensão, por exemplo, de palavras como "assinar” ou “subscrever", tão comumente utilizadas por nós podcasters e que também, comumente, induz o leitor - ou ouvinte - a pensar em um processo de pagamento em moeda sonante...
Em nossa aldeiazinha podcasteira "subscribe" e suas versões tupiniquins "subscrever" e "assinar" faz todo o sentido do mundo, mas potencialmente inibe a adesão de novos ouvintes às nossas hostes. O novato iludido pelo termo pensa: "e eu vou lá pagar pra ouvir rádio?!"
Outra palavra que nos embatuca é "feed". Parceira íntima da anteriormente mencionada, principalmente quando tentamos ensinar nosso amigo de olhar esbugalhado: "... basta assinar o meu feed...". Esta palavrinha consegue, por si só, deixar transparecer tanto a dificuldade do ouvinte de entender "que raio é fídi?" quanto nossa incapacidade de traduzí-la adequadamente para o português. Humm... um palpite… que tal "alimentador"?!? (arghhhhhh!!!!!).
Daí, quando a gente tenta explicar que "feed" é na realidade um endereço representando pelo RSS e que direciona seu agregador a um software escrito em linguagem XML, cuja função é automatizar o "download" de cada nova publicação que colocamos à disposição em nosso "host"... pronto! O esmerdeio tá feito!!!
Precisamos, urgentemente, fazer o pessoal chegar aos nossos podcasts! E como podemos fazer isso acontecer? Bem... de cara, põe a droga de um botão (em flash) para "download" direto de seu podcast lá no "show notes" do seu "site", acompanhado de um textinho simples do tipo "clique+maçã, ou com o botão direito e salve)". Os visitantes de sua página irão descobrir rapidinho o seu podcast.
Vamos em frente: antes de colocar um reprodutor de áudio em flash (tem milhões de scripts ou plug-ins deste tipo na Internet), coloque um script para cadastro de e-mail, assim o assinante recebe via e-mail o aviso de que há um novo podcast publicado em sua página (quem usa o feedburner tem este script lá, de graça!).
Nota: Estes outros meios de acessar seu podcast podem parecer meio bobinhos, infantis à aqueles que pilotam o iTunes... mas lembre-se, os "pokaprática" são os que merecem mais atenção. Logo, logo eles estarão dominando o danado do iTunes, fica frio...
Não façam como eu, que mesmo tendo o podcast registrado na ITS (iTunes Store) há tempos, só vou colocar hoje (se não esquecer de novo) o "banner", o botãozinho "subscribe with Itunes" (ô desleixo, né?!). Basta trocar, no seu endereço RSS, o "http" por “itpc" e colocá-lo como link da figurinha que você escolher como botão, assim em dois cliques, os usuários de iTunes terão disponíveis em seus ipods e computadores os seus ma-ra-vi-lho-sos podcasts.
O maior desafio do podcasting, por incrível que pareça, ainda é se tornar conhecido! Se sua avó não sabe o que é isso, se o pessoal do escritório onde você trabalha não faz a menor idéia do que seja esta coisa, então a droga do podcasting ainda não está impactando devidamente as relações sociais. Então cara?! O quê você está esperando?! Pode começar já a evangelizar, advogar em causa própria e a ensinar os que desconhecem esta mídia! É sua responsabilidade, como produtor de podcasts, espalhar as boas novas. Caso você seja apenas um ouvinte, agradeço em nome dos meus parceiros sua boa-vontade e despreendimento na divulgação de nossos programas...
Vamos a um exemplo do porque creio que podcasting ainda não atingiu o sub-consciente social: Lendo um artigo, outro dia, em um site inglês sobre música independente e o barulho sobre a divulgação de algumas bandas por algumas rádios das charnecas da Grã-bretanha, me caiu a ficha...
A gente sabe que vários podcasters brazucas têm mais audiência que inúmeras radiozinhas de nosso interiorzão véio-de-guerra; vai daí que a lógica é simples: um podcast além de ser distribuído para dezenas, centenas, às vezes, milhares de cidades de todo o mundo, e de ser replicado pelos ouvintes para seus amigos e para os amigos dos amigos, ele fica disponível um tempão na rede. Mas não é que alguns artistas iniciantes, ainda cavando sua trilha rumo ao sucesso, sentem-se muito mais "na mídia" quando fazem um programinha e tocam umas quatro faixas do CD “hecho a mano” em uma rádio qualquer as dez da manhã de uma quarta-feira?!
O incauto vai insistir: E porque isso acontece? Fácil - respondo eu - diga p'ra sua avó, olhando bem no rosto dela:
- Vó, eu faço um podcast.
E note o olhar de um “ahn… tá bão…”. ‘Peraí! A experiência ainda não acabou. No dia seguinte, olhando do mesmo jeito p'ra ela, diga:
- Vó, amanhã eu vou dar uma entrevista na rádio comunitária do Morro do Mico Preto lá pelas seis da matina...
E você vai ver a velhinha toda pressurosa passando a todos que encontra em seu caminho rumo ao mercadinho da esquina, ou então pelo telefone a todos tios, primos, cunhados, genros, netas e demais apêndices familiares, todos dados sobre a entrevista do netinho, até a freqüência de sintonia da rádio em questão.
Sacou a diferença?
Então pessoal: não podemos perder tempo... Vamos procurar um meio de tornar o podcast em algo do qual possamos nos orgulhar, e claro, que possamos explicar facilmente p'ra sua vovó.

Sérgio Vieira - autor deste artigo, apesar de ser um podcaster preocupado e atento às necessidades de seus ouvintes, provavelmente, devido a idade avançada vira-e-mexe esquece de incrementar sua página para facilitar a vida de todos, até a própria.
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